Joaquim José da Silva Xavier,O Tiradentes, nunca foi herói e nem mesmo morreu
enforcado.
Esse infame traidor da coroa e
mentiroso queria a liberdade só para Minas Gerais.
E, mais, ele era contra a abolição da
escravidão. Se dependesse dele, o Brasil seria como o restante da América
Latina: dezenas de republiquetas divididas e pobres.
Tiradentes não se sacrificou. Foi
condenado à morte pelo crime de alta traição (e outro pagou pelo crime). E
convenhamos: para a época, ele foi julgado com muita benevolência.
Se isso acontecesse em outro país
civilizado da época, Tiradentes seria executado sem a chance de explicar o que
fez. Pelo contrário, aqui ele recebeu o devido processo legal, mesmo estando
numa colônia das américas. O procedimento judicial de apuração durou anos. O
alferes ainda recebeu o benefício da forca antes de sofrer o esquartejamento.
Em outros países, ele não teria essa regalia.
É muito fácil acusar o rei da época de
cruel e proclamar Tiradentes um herói. Devemos nos lembrar que ainda existe
pena de morte para militares que cometam um dos 36 crimes previstos no Código
Penal Militar em tempo de guerra. São diversos crimes: traição (art.
355), favorecimento do inimigo (artigo 356), covardia (art. 364),
espionagem (art. 366), motim (art. 368), rendição precipitada (art. 372),
abandono de posto (art. 390), libertação de prisioneiro (art. 394) e outros.
Portanto, é injusto considerar a pena
de morte dada a Tiradentes como excessiva quando nós mesmos adotamos a pena de
Morte para nossos militares.
Mas o pior não é isso. Tiradentes não
morreu enforcado. Segundo o historiador Carlos Eduardo Lins da Silva, o infame
traidor fugiu para França onde viveu como outra pessoa, enquanto um pobre
coitado morrera enforcado em seu lugar. Anos depois, ele voltou para o Brasil e
abriu uma botica. Enfim: o herói Tiradentes é uma farsa. Tiradentes como é
ensinado nas escolas nunca existiu. Trata-se apenas de uma história inventada
pelos republicanos do séc. XIX para tentar legitimar o golpe republicano.
Historicamente, houve apenas um homem louco que vivia andando pelos bordéis de
Ouro Preto prometendo às prostitutas cargos de Ministro na república que ele
pretendia criar. Ninguém o levava a sério. E essa foi uma de suas teses de
defesa nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. “(…) tanto assim, que em
uma ocasião, segundo o seu parecer depois das prisões, o médico Belo,
falando-se nas ditas prisões, dissera em sua casa, que o dito Alferes era tão
louco, que até pelas tavernas andava falando em República e liberdade de
Minas“. (Autos, p.409-410, V. 5)
Tiradentes também não era “barbudo”,
nem se parecia com Jesus. Ele era um alferes. E como todos os demais, era
obrigado a raspar a barba ou sofrer os castigos da corporação. Assim como
atualmente, os recrutas que não fazem a barba, também são punidos pelo quartel.
E mais: Tiradentes não era pobre, mas
um homem de posses. Nasceu em São João del-Rei, MG, na fazenda do Pombal (Hoje
em Ritápolis, MG). Uma enorme fazenda, ressalte-se. Mas não para por aí: ele
também possuia várias outras fazendas no Estado de Minas Gerais. Além disso,
ele possuia escravos e outros bens. Então, como poderia ter sido pobre?
E isso é fácil de provar por causa da
existência de um processo judicial que Tiradentes sofreu antes de ser condenado
por alta traição. Motivo: o “herói” enganou uma viúva e deflorou a filha dela
(coisa grave para época). Eis o que está nos autos: “Vivendo em sociedade por
causa daquela promessa, doou à mesma suplicante uma escrava por nome de Maria,
de nação Angola, que sucedendo ser preso o dito alferes Joaquim José da Silva
Xavier na cidade do Rio de Janeiro, foi confiscado, ou sequestrado com outros
mais bens”.
Conforme o Processo, Tiradentes doou
(de boca) para família da moça deflorada uma escrava para poder compensar o
dano causado, mas a escrava foi confiscada posteriormente por causa da alta
traição cometida pelo Alferes contra a coroa. Como a transação não tinha sido
documentada e o Alferes não manteve a palavra, a escrava foi confiscada como se
ainda pertencesse a Tiradentes e a pobre moça teve que recorrer à Justiça para
tentar recuperar a escrava. É por causa desse processo, que hoje se sabe que
Tiradentes, além de rico e mentiroso, era também um deflorador de donzelas.
São mais de 120 anos no qual a
república tenta criar a imagem de um “herói” cujo “grande mérito” era querer
dividir o Brasil, através do ardil da alta traição com o apoio das prostitutas.
E mais: ele queria uma Minas Gerais “Livre” na qual os negros continuariam
escravos. Tiradentes sequer teve a dignidade de morrer como devia, mas deixou
outro sofrer no seu lugar. Além disso, ele tinha o hábito de enganar mulheres
ingênuas para deflorá-las.
Tiradentes só poderia ser considerado
herói numa república como a brasileira na qual a traição, a dissimulação e a
quebra de juramentos fazem de um vilão um herói nacional.
Herói é alguém honrado, capaz de
enfrentar a morte pelas causas nobres. Herói é alguém leal, a exemplo do
Marquês de Tamandaré. Tiradentes não tinha essas qualidades, era um trapaceiro
mentiroso que deixou outro pagar com a vida pelo seus erros.
FONTE:
MATUTANDO - Autor: Sebastião Fabiano Pinto Marques
São João
del-Rei, MG
Referências:
Referências:
CARVALHO,
José Murilo. A formação das Almas: o imaginário da república no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1990.
MINAS
GERAIS. Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. Belo Horizonte: Imprensa
Oficial de Minas Gerais, 1976. Volumes 1-9.
SILVA,
Carlos Eduardo Lins da. Morte de Tiradentes tem contestação. Folha de São
Paulo, São Paulo, 21 abril de 1999.
SILVA, Paulo da Coste e (2007). A
outra face do alferes. Disponível em:
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/a-outra-face-do-alferes>
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