domingo, 16 de setembro de 2012

Ex-Seal critica interferência de Washington sobre operações

"O único dia tranquilo foi ontem". Palavras de ordem como esta fizeram parte do treinamento de Howard Wasdin, um ex-atirador dos Seal Team 6, a unidade de elite da Marinha responsável pela morte de Osama bin Laden. Após integrar missões no Golfo Pérsico e na Somália, Wasdin narrou suas experiências no livro "Seal Team 6", lançado pela Seoman. É uma história de superação pessoal. Condecorado com a Estrela de Prata, deixou a Marinha em 1995, depois de levar três tiros na Batalha de Mogadíscio, descrita no filme "Falcão Negro em Perigo". Hoje, trabalha na área da saúde.
Ao GLOBO, Wasdin elogiou a operação que matou o líder da al-Qaeda, mas disse que o recente livro com a nova versão da morte do terrorista pode ter sido uma iniciativa temerária, especialmente para o autor. Ele criticou o fato de o vice-presidente Joe Biden ter revelado a participação do Seal Team 6 na operação.
Para Wasdin, estratégias de combate baseadas em aviões não tripulados e unidades de elite altamente treinadas são o caminho certo no combate ao terrorismo. Ele não esconde, porém, a avaliação negativa em relação à interferência de Washington nas missões militares, pautada pelos índices de popularidade, e cita como exemplo a missão na Somália, que deixou 18 mortos e 73 feridos, mas poucos resultados.
O GLOBO: Como vê o livro de Matt Bissonnette, "Não há dia fácil", sobre a morte de Bin Laden?
Howard Wasdin: Fico satisfeito com a operação. Esse foi um homem responsável por matar mais americanos num ataque que qualquer outro. Quanto ao livro, é cedo demais para falar qualquer coisa sobre a operação. O autor não o submeteu ao Pentágono, o que é preocupante... O pior é a situação dele e da família, todos sabem quem ele é, já existe ameaça sobre sua cabeça. Espero que saiba o que fez. Quando contei minha história, não estava interessado em revelar segredos de Estado, assegurei que não exibisse táticas ou procedimentos. E são operações de 20 anos atrás, isso dá o distanciamento.
Caso a missão americana tivesse continuado na Somália, esperaria um cenário diferente para o país hoje?
Howard Wasdin: Tenho certeza de que sim. A decisão de Bill Clinton de deixar a Somália foi tomada porque sua popularidade começou a cair. Clinton não se preocupou se estávamos fazendo a coisa certa. Perdi 18 amigos sem razão. A morte deles não significou nada porque saímos do país. E os somalis que colocaram suas vidas em risco para nos ajudar pagaram o preço. Passamos a mensagem de que não vale a pena ajudar os americanos porque nunca se sabe quando deixarão o trabalho por terminar.

A interferência de Washington prejudica?
Howard Wasdin: O presidente usa o que foi feito para dizer: olha o que eu fiz. Obama disse que nunca autorizaria simulações de afogamento. Mas foi assim que descobrimos as informações sobre Bin Laden. Seu único crédito é ter autorizado a operação.
O que diferencia um Seal Team 6?
Howard Wasdin: Determinação e treinamento. Todo soldado precisa estar disposto a morrer por seu país, mas esses caras têm uma chance muito maior de ver isso ocorrer.

FOTE;Yahoo noticias.

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