DEU NO BLOG DO CABO FERNANDO;
Polícia
sabe do risco que os policiais militares correm depois da operação da Rota em
Várzea Paulista
Um dia após a morte de nove pessoas em
uma chácara de Várzea Paulista, na região de Jundiaí, policiais civis e
militares de cidades vizinhas estão de prontidão contra possíveis retaliações
do crime organizado. Até o meio da manhã de quarta, o temor era de que
criminosos invadissem o prédio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de
Jundiaí para resgatar os cinco presos durante confronto com PMs da Rota.
A delegacia chegou a ser trancada e o
acesso a ela e aos batalhões próximos permaneceu bloqueado com cavaletes e
cones até a remoção dos acusados para uma penitenciária do interior do estado.
Durante a madrugada, policiais disseram que a ordem era trabalhar com coletes
balísticos em delegacias e nos batalhões da PM.
Para o ex-secretário nacional de Segurança
Pública coronel José Vicente da Silva, as mortes de policiais militares de
folga ocorridas nos últimos meses e o armamento pesado usado por bandidos
mostram que eles são violentos e organizados. “A vingança nesse contexto sempre
tem de ser levada em conta e a precaução é necessária”, observou o oficial.
Durante a operação de terça-feira,
foram apreendidos duas espingardas calibre 12, uma metralhadora, sete pistolas
e quatro revólveres, além de dinamite e granada.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública,
apenas um dos envolvidos não tinha antecedente criminal e dois deles eram
procurados.
Na última quarta, o governador Geraldo
Alckmin apoiou a operação da Polícia Militar. “Quem não reagiu está vivo”,
declarou. A manifestação de Alckmin causou polêmica. Para o advogado Ariel de
Castro Alves, vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente
do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a declaração foi
infeliz. “É inaceitável que se possa comemorar qualquer tipo de ocorrência
desse tipo. Mesmo porque, a polícia não impediu que o suposto estuprador, que
seria julgado por criminosos, fosse morto. Esse era o objetivo inicial”,
observou.
Identificado como Maciel Santana da
Silva, o suposto estuprador foi morto no confronto dos bandidos com a PM.
Existe a possibilidade de que a Rota o tenha matado.
Para Castro Alves, é preciso que haja
uma investigação de órgão independente em relação à ação policial. “O
Ministério Público deve investigar e contar com peritos próprios para garantir
a total lisura da apuração”, afirmou.
O coronel Roberval Ferreira França,
comandante da PM, explicou que a polícia tinha muita preocupação com relação ao
transporte e manutenção dos presos na operação. “Há risco e devemos nos
preparar devidamente”, disse.
O especialista José Vicente da Silva
ressaltou que 2,5 mil homens na PM realizam serviços de inteligência cada vez
mais apurados em São Paulo. “Assim, consegue-se planejar ações preventivas,
chegando antes nas ocorrências”, observou.
Para o presidente do Sindicato dos
Delegados, George Melão, a Polícia Civil foi alijada do processo. “A função
investigativa é nossa, mas, na ótica do secretário da Segurança de São Paulo, a
Rota é quem deve atuar. Ela é muito mais letal do que a Polícia Civil”, disse.
O coronel José Vicente disse que, em
situações de confronto, a praxe é atirar duas vezes no peito do adversário. “Se
o suspeito está armado, joga a arma no chão e sinaliza que vai se entregar, ele
é preso. Se não dispensa a arma, mostra predisposição para o confronto."
Grupo preparava lista de policiais que
ia matar
Apesar de a cúpula da polícia dizer que
os PMs da Rota foram à chácara no intuito de salvar um estuprador da morte,
policiais ligados à investigação contam outra história. Os PMs haviam recebido
informações de que integrantes da facção criminosa estariam reunidos para
elaborar uma lista dos próximos policiais a serem executados. Só quando
chegaram lá, eles descobriram o “tribunal do crime”.
As investigações apontam que, na tarde
de terça-feira, o homem “julgado” havia atacado uma menina de 12 anos na
periferia de Campo Limpo Paulista, cidade próxima à Jundiaí, e só não
consumou o estupro porque a garota conseguiu fugir. O irmão dela, de 17 anos,
teria ligações com traficantes da região e pediu ajuda aos criminosos. Eles
localizaram o acusado logo depois e o levaram à chácara, onde decidiriam se
deveria morrer ou viver. A mãe da garota, o padrasto e o irmão foram intimados
a acompanhá-los para assistir ao “júri”.
A família saía da chácara em um Palio
quando os PMs cercaram o local em dez viaturas. Mãe, irmão e padrasto chegaram
a ser levados à delegacia junto com os presos. Depois, eles foram ouvidos como
testemunhas e liberados.
Em depoimento, a família contou que o
estuprador havia sido “absolvido” e estava indo embora de carro com um grupo.
Para a polícia, não há dúvidas de que houve confronto. Com os suspeitos foram
apreendidos armamento pesado e drogas. Apesar de o DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa) estar encarregado de investigar mortes
envolvendo PMs, este caso será tocado pela DIG de Jundiaí. A Procuradoria-Geral
de Justiça designou as promotoras Patrícia Tiemi Momma e Francine
Regina Gomes Cavallini para acompanhar o inquérito.
De janeiro a julho deste ano, 56
PMs foram mortos no estado: 46 estavam de folga
Em todo o ano de 2011 foram mortos 53
policiais militares
Candidato a vereador é o dono da
chácara
O vendedor e candidato a vereador
Benedito Nechita (PSC), 57 anos, dono da chácara, contou que dois homens o
encontraram na segunda-feira à noite, quando pediram para ver a área. “Eu disse
que já era tarde, mas eles insistiram”, disse o proprietário do terreno.
Criminosos disseram que fariam
churrasco
Segundo Benedito Nechita, os
homens pediram para conhecer a chácara pois iriam fazer um churrasco no dia
seguinte. O candidato disse aos interessados que a chácara estava suja, mas os
dois homens não se importaram com o problema e alugaram o espaço por R$ 200,
segundo ele.
Curiosos queriam conhecer o imóvel
Ontem, durante perícia, os policiais
encontraram frango, linguiça e dezenas de latas de cerveja e refrigerante na
geladeira. A polícia vai tomar o depoimento do proprietário da chácara e
quer saber se ele tinha alguma relação com os homens que alugaram a área.
Ontem, curiosos se aglomeraram na porta.
DIÁRIO opina
Bandido no papel de juiz é
deboche
Em que pese a crítica fácil
daqueles que, seguros diante do computador, condenam o comportamento de quem
está na linha de tiro, não há como ignorar um ponto deste debate. Os bandidos
surpreendidos pela Rota organizavam um tribunal. Uma sociedade que se preze,
que tem na polícia seu braço armado, não pode tolerar um deboche dessa
envergadura. Deve reprimir com força todo bandido que posa de juiz.
(CRISTINA CHRISTIANO E PLÍNIO DELPHINO
- Diário de São Paulo)
AGORA A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR;AFINAL DE CONTAS , DE QUE LADO ESTÁ ESSE ADVOGADOZINHO,HEIM? COM A PALAVRA ; OS CIDADÃOS DE BEM DESSE NOSSO DESGASTADO PAÍS.
Acesse o Artigo Original: http://www.uniblogbr.com/2012/09/policia-sabe-do-risco-que-os-policiais.html#ixzz26MWDSiiN
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