Palestinos advertem que Israel precisa ser responsabilizado
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NAÇÕES UNIDAS, 4 Dez (Reuters) - Em uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU), os palestinos acusaram Israel de planejar novos "crimes de guerra" ao expandir os assentamentos judaicos depois que os palestinos obtiveram na ONU o reconhecimento implícito de um Estado próprio e advertiram que o governo israelense precisa ser responsabilizado.
Na carta enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança, os palestinos afirmaram que Israel está se comportando "de maneira desonesta, hostil e arrogante, contrariando todos os princípios e regras da lei internacional e reagindo com desprezo à vontade da comunidade internacional".
Depois que a Assembleia-Geral da ONU elevou o status palestino no organismo mundial na quinta-feira de "entidade observadora" para "Estado não-membro", Israel anunciou na sexta-feira que construirá mais 3 mil casas de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental -- áreas que os palestinos querem para um futuro Estado, além de Gaza.
Cerca de 500 mil israelenses e 2,5 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
"Uma mensagem clara deve ser enviada a Israel de que todas essas políticas ilegais precisam ser interrompidas ou serão responsabilizados e terã0 de arcar com as consequências de suas violações e obstrução aos esforços de paz", escreveu o observador palestino na ONU, Riyad Mansour, na carta com data de segunda-feira.
Após conseguir a elevação de status na ONU, os palestinos agora têm acesso ao Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia --que processa pessoas por genocídio, crimes de guerra e outras graves violações de direitos humanos--, onde podem prestar queixa sobre Israel.
Os palestinos afirmaram que não querem se apressar para recorrer ao TPI, mas advertiram que buscar uma ação contra Israel na corte internacional permanecerá como uma opção, caso Israel continue a construir assentamentos ilegais.
Antes da votação na ONU, alguns países ocidentais fizeram pressão, sem sucesso, para que os palestinos prometessem não processar Israel no TPI.
(Reportagem de Michelle Nichols)
FONTE: Thomson Reuters
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